O mestre Velhinho vem directamente de São Pedro do Corval para nos introduzir na arte tão especial das talhas. Este alentejano de gema, tem 72 anos de idade mas uma juventude inesperada, tanto física como interior. É oleiro profissional há 61 anos, um conversador nato, com os jeitos e falares típicos do baixo alentejo interior, demonstrando uma abertura de espírito surpreendente mesmo.
Que bom é rever o alentejo profundo de onde provenho. Apesar de ter nascido em Lisboa, as minhas raízes estão aí, as minhas recordações mais antigas, as alegrias e tristezas do crescimento... o passar dos anos... tantas memórias.
De certa forma este encontro com o mestre e a sua arte também representa um voltar ao passado, agora neste momento presente.
A arte de levantar talhas é longa e apresenta várias dificuldades que com muita prática vão sendo ultrapassadas. Sou apenas uma principiante entusiasmada por experimentar o novo, ter uma ideia desta forma de produção tradicional.
Começámos por construir a base da peça na roda ou de forma manual. Depois do barro apresentar uma certa consistência, começámos a levantar a peça com rolos feitos manualmente.
O mestre Velhinho a corrigir a "barriguinha" da minha peça... não foi tarefa fácil, mas com paciência chega-se lá. Bate daqui com a palmatória, bate dali... é preciso muita paciência e bom olho para detectar as irregularidades.
Aspecto geral do local de trabalho.
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